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Foto do escritorJosé Alexandre F. Diniz F

Negacionismo, pseudociência e a matriz de Sagan

Atualizado: 22 de set. de 2019

“Eu não quero acreditar, eu quero conhecer”

(Carl Sagan)



Vivemos em um momento no qual a ciência vem sendo duramente atacada no Brasil, de diversas formas. Em 2019 temos uma série de cortes orçamentários e financeiros tanto nas Universidades (e não custa lembrar que a maior parte da pesquisa científica no Brasil é feita nas Universidades públicas...) quanto nas agências de fomento como a CAPES, o CNPq e as várias agências estaduais de amparo à pesquisa. Tenho percebido que muitas pessoas, mesmo na academia, acham que esses cortes são consequência de um problema econômico mais amplo que está ocorrendo no Brasil desde o início da crise de 2015. Mas isso é verdade apenas em parte... Digo isso porque também vemos, no Governo atual, uma série de posturas anticientíficas em diversas áreas, de modo que cortar o orçamento não reflete apenas falta de recursos, mas principalmente falta de interesse e de reconhecimento da importância da ciência, além de uma profunda falta de compreensão sobre como o conhecimento científico se desenvolve.


Por exemplo, nesse momento de forte crise na área ambiental em função dos problemas de desmatamento e queimadas catastróficas na Amazônia, com grandes repercussões internacionais, me chamou atenção que, na semana passada, três ministros mais uma vez demonstraram que não concordam com a visão científica de que há sérias mudanças climáticas globais em curso, incluindo o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e mesmo o Ministro da Economia, Paulo Guedes. Além disso, mesmo depois de muita discussão e audiências públicas ocorridas em maio de 2019 no Congresso com diversos cientistas e especialistas das mais importantes Universidades e Institutos de Pesquisa do Brasil, incluindo Carlos Nobre (INPE), Luiz Gylvan Meira Filho e Paulo Artaxo (USP), Mercedes Bustamante (UnB) e Gustavo Luedemann (IPEA), o presidente da “Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas” do Congresso Nacional, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA), declarou recentemente que


"Tem muita coisa que é muito folclórica nessa questão de mudança climática. O mundo vai acabar, as calotas de gelo vão derreter tudo… o que derrete, na estação adequada torna a congelar. Se você pegar ao longo da história, vai ver que não tem muita diferença do que já foi (o clima). Essa questão climática ela é cíclica, naturalmente. A história mostra isso",


Declarações como essas apelam inclusive para a ideia de que as teorias científicas são “incertas” (e sabemos que de fato teorias não são “verdades”, como já discutimos) e de que há realmente um grande debate em curso sobre as mudanças climáticas. Assim, essas pessoas estariam, de forma justa, honesta e efetivamente científica, defendendo a busca pela “verdade”. Para a sociedade de modo geral, mesmo para aqueles com alguma compreensão sobre como funciona a ciência, tudo isso parece bastante legítimo... Debates, discussões, questionamentos sobre os dados, tudo isso não faz parte da ciência? Não é assim que o conhecimento avança? Sim, e é exatamente por isso que esse tipo de ataque à ciência é muito difícil de conter. O que estamos vendo, em particular no caso das mudanças climáticas (mas também em relação à questão da eficácia das vacinas, dentre outros assuntos...), é o que tem sido chamado de negacionismo. Vamos tentar entender melhor esse termo.

Ataques à ciência não são novidade. Muito das estratégias de divulgação científica desenvolvidas nos últimos 30-40 anos, ou mais, têm por objetivo mostrar a importância da ciência para a sociedade, de modo que ela seja capaz de diferenciar a ciência de outras maneiras de entender o mundo. Muito da discussão filosófica sobre ciência está em torno dos chamados “critérios de demarcação”, tão popularizados pela ideia de falseabilidade de Karl Popper, que permitiriam distinguir ciência de “não-ciência”, incluindo aí tanto formas legítimas de expressão e conhecimento humano (como arte, filosofia e religião, que não pretendem ser cientificas) quanto pseudociência e visões relacionadas. Mas esse critério nunca foi realmente estabelecido de forma consensual e muitos filósofos, como Harry Laudan, acham que é impossível chegar a uma definição objetiva sobre essa demarcação. E, para bem da verdade, visões não-científicas do mundo sempre foram predominantes na população, especialmente em um tempo em que a própria ciência ainda não existia formalmente ou era praticada de modo incipiente, individual e não-institucionalizada (se pensamos no mundo antes da revolução científica do século XVII-XVIII). Vejam que, de fato, isso corresponde à maior parte da história da Humanidade, o que talvez isso explique algumas coisas... Entretanto, no início do século XXI, a sociedade está cercada o tempo todo por tecnologias e é extremamente dependente da ciência e da educação para continuar persistindo. Assim, adotar uma postura não-científica, ou mesmo anticientífica, é, para dizer o mínimo, estranho! Pior, pode ter consequência imprevisíveis se estamos falando sobre assuntos com grandes implicações para o futuro, como a questão das mudanças climáticas.


Carl Sagan (1934 - 1996), professor da Universidade de Cornell e um dos mais importantes e conhecidos astrônomos e astrofísicos do século XX, foi também um dos pioneiros dos programas de popularização da ciência. Lembro de ter assistido “em estado de choque” ao lançamento da fantástica série Cosmos em 1980, narrada pelo próprio Sagan (há uma versão mais atual dessa série, apresentada pelo físico Neil D. Tyson, que aliás possui também um excelente trabalho de divulgação científica). Sagan sempre partiu da ideia de que a ciência é algo muito mais espetacular, instigante e emocionante do que somos capazes de imaginar ou daquilo que a pseudociência oferece (esse argumento é bem desenvolvido em seu “O Romance da Ciência”, de 1979). Ao mesmo tempo, ele insistia que temos que entender o contexto social e a história do pensamento científico, no sentido de que a sociedade precisa entender como a ciência funcione para que ela possa ser efetivamente utilizada para o bem da Humanidade (ele estava escrevendo no contexto da “Guerra Fria”...). Carl Sagan sempre teve uma grande preocupação com a pseudociência e, mais no final de sua vida, ele publicou um dos seus melhores livros sobre esse tema, “O Mundo Assombrado Pelos Demônios”, de 1995 (e infelizmente sempre percebi um tom pessimista nesse seu livro, talvez pela percepção de que, apesar dos esforços, a pseudociência continuava avançando, ou talvez somente pelo estágio avançado do câncer que o consumia à época).



Mas é interessante notarmos que Carl Sagan nunca discutiu a ideia de negacionismo, que é algo relativamente novo, um ataque muito mais sutil à Ciência, com interesses políticos, sociais e/ou econômicos muito mais poderosos do que a pseudociência jamais trouxe (e portanto mais difícil de combater, como mencionei antes). Quero mostrar aqui uma maneira que achei extremamente elegante de generalizar a nossa compreensão desses ataques diversos à ciência, considerando a maneira como o pensamento das pessoas (ou de um grupo de pessoas, formando uma comunidade de pessoas interagindo e discutindo) lida com a evidência. Essa abordagem, proposta por Lee McIntyre em seu fantástico livro The Scientific Attitude, faz uma homenagem a Carl Sagan ao combinar as possibilidades de que as pessoas (ou comunidades) sejam “céticas” ou “crédulas” em relação à percepção geral e a priori da realidade que as cerca, e com um pensamento mais “aberto” ou “fechado” em termos de mudar de ideia diante de novas evidências. Se colocamos esses dois “eixos”, em uma matriz de contingência 2 x 2, temos 4 possibilidades de combinação desses “estados”. Essa é a chamada “Matriz de Sagan”.




Como já discutimos anteriormente, talvez a melhor caracterização do que é Ciência, no contexto da evidência e da atitude diante dela, seja adotar uma visão de mundo cética (ou seja, nunca temos certeza de que sabemos realmente algo e estamos sempre questionando as teorias e as ideias sobre um determinado assunto), mas que seja ao mesmo tempo aberta diante de novas evidências (ou seja, se essa nova evidência mostra algo diferente do que acreditamos, somos plenamente capazes de mudar nosso ponto de vista ou nossa teoria). A ciência funciona, segundo Carl Sagan, exatamente por causa do equilíbrio adequado entre esses dois componentes (ceticismo e mente aberta) e ocupa o quadrante superior esquerdo da matriz de Sagan. Isso é coerente com aquilo que já sabemos em termos de como a Ciência funciona, mas vamos agora pensar nas outras possibilidades de combinação dos dois eixos de pensamento e do comportamento diante da evidência.


Alguém pode ser cético, o que aparentemente é um aspecto interessante e um importante componente do pensamento científico, mas esse ceticismo pode estar associado a uma mente fechada que tem dificuldades na hora de mudar de opinião diante de novas evidências. Isso é o que chamamos de negacionismo (o quadrante inferior esquerdo da matriz de Sagan). Existem vários pontos a discutir em relação ao negacionismo e sugiro fortemente aos mais interessados uma leitura cuidadosa do capítulo 8 do “The Scientific Attitude”. Por exemplo, em geral vemos que a dificuldade de mudar de opinião está ligada à componentes políticos, econômicos ou religiosos, conforme uma análise recente realizada por S. Iyengar & D. S. Massey e publicada em 2019 no Proceedings da Academia de Ciências dos Estados Unidos (o PNAS) (e, no caso dos Estados Unidos, pensamentos negacionistas estão bastante associados à uma identificação com o partido Republicano (que por sua vez tende a ter um maior componente, estatisticamente falando, de homens brancos, em regiões menos urbanizadas, com educação mediana, classe média e mais religiosos).


Ainda em relação ao negacionismo, outro ponto bastante interessantes é o argumento frequentemente usado de que, ao longo da história humana, muitas vezes um indivíduo estava “certo” contra toda a comunidade e contra o pensamento estabelecido. Certamente o exemplo mais emblemático na Ciência é a figura de Galileu lutando bravamente contra a Igreja Católica a favor do modelo heliocêntrico de Copérnico (e notem que mesmo esse exemplo “clássico” tem algumas nuances interessantes, e o filósofo Paul Feyeraband (1924 – 1994), em seu controverso “Contra o Método”, mostra que havia uma lógica da própria Igreja em defender o consenso da época diante de novas evidências – mas isso é outra história, e bastante complexa considerando seu proponente...). Bem, de qualquer modo esse caso “clássico” eventualmente leva à ideia de que o próprio Galileu era um negacionista e, portanto, os negacionistas atuais devem ser ouvidos!!! Quem pode dizer que o ponto de vista defendido por eles não se mostre correto no futuro? Mas, como dizia outro grande divulgador da ciência, Stephen Jay Gould, “não basta ser perseguido para atingir o status de Galileu – é preciso estar certo...”. Se vocês prestarem atenção à matriz de Sagan, fica claro que o componente-chave para esclarecer essa questão do “negacionista heróico” está na questão da atitude diante da evidência. Os negacionistas ignoram a evidência e se mostram fechados diante de novas evidências, não importa em que direção elas apontem. E, como diz McIntyre, “negar a verdade de uma falsa teoria quando existe evidência de que essa teoria é falsa não é negacionismo, é ciência!”.


Se passamos agora para o lado “crédulo” da matriz de Sagan vemos outro tipo de pensamento. As pessoas podem acreditar em tudo que ouvem (por causa do pouco ceticismo), de modo que a evidência passa a não ter importância e, por isso mesmo, a mente está sempre aberta a qualquer nova ideia. Isso é o que McIntyre define como “pseudociência”, no quadrante superior direito. A credulidade excessiva leva à possibilidade de acreditar em qualquer coisa, mesmo sem grandes evidência (uma frase atribuída a Carl Sagan dizia, ironicamente, algo como “...devemos manter a cabeça aberta, mas não tão aberta a ponto do cérebro cair (para fora dela...)”. Vejam que a pseudociência é diferente do negacionismo no sentido dela colocar que um “campo do conhecimento” (astrologia, homeopatia, parapsicologia, “design” inteligente, dentre muitas outras), é científico, tentando usar toda a “roupagem” da ciência, inclusive a ideia de mente aberta e revisão da evidência, para dar a esse campo credibilidade (meu exemplo favorito sempre foi vender horóscopos produzidos em computador, que seriam assim bem mais precisos!) Mas tudo isso são só aparências, claro... Já o negacionismo não envolve em princípio um outro campo do conhecimento, mas simplesmente uma atitude de “resistência” contra uma teoria ou ideia científica, sob a alegação de que essa teoria não está “comprovada” ou que as “evidências não são consensuais”. A aparência da ciência não está no seu arcabouço tecnológico, mas sim em uma false atitude de que há ceticismo e discussão, buscando pretensamente a verdade. Mas essa atitude de negação, no fundo, é ilegítima por que não está baseada realmente na discussão da evidência, mas sim em outros interesses sociais, econômicos ou a restrições causadas por princípios religiosos.


Finalmente, temos a outra possibilidade de ser crédulo e, ao mesmo tempo, ter a mente fechada para novas evidências, o que McIntyre define como “conspiracionistas”, ou aqueles que acreditam nas famosas “teorias da conspiração”. São pessoas que acreditam em praticamente qualquer coisa que ouçam e que parece “fantástico” (como por exemplo que o Governo norte-americano guarda ETs na Área 51 desde os anos 50, ou que Neil Armstrong nunca caminhou na Lua...) e, independentemente de qualquer nova evidência que seja apresentada negando essas ideias, elas são incapazes de mudar de opinião. Essa combinação estranha entre credulidade e mente fechada ocupa o último quadrante da matriz de Sagan. Vejam que a mente fechada se reforça pela ideia de que qualquer tentativa de convencimento é considerada parte da própria conspiração, o que leva um círculo vicioso que mantém indefinidamente a mesma ideia inicial. Esse quadrante compartilha com o negacionismo a ideia de mente fechada, e sem dúvida em vários aspectos podemos correlacionar essas duas práticas. Por exemplo, diz-se que a teoria das mudanças climáticas é produzida pelo capital internacional para impedir o desenvolvimento dos países emergentes e assim manter a hegemonia geopolítica atual (e assim justificar a negação das evidências). Na realidade podemos também pensar em várias outras correlações entre os quadrantes (por exemplo, será que a indústria farmacêutica fabrica evidências contra a homeopatia pois ela poderia resolver questões de saúde de forma muito mais eficiente e barata?).


Embora alguns possam considerar o esquema apresentado acima muito simplista, por várias razões, eu gostei bastante da ideia da "matriz de Sagan". Um ponto interessante para discutir e avançar nesse arcabouço é que essas categorias são arbitrárias, claro, e o que existe realmente é um grande continuum entre o ceticismo e a credulidade, ou mente aberta e fechada, que são apenas extremos de uma maneira de compreender a realidade e de encarar a evidência. Na verdade há graus diferentes de ceticismo e diferentes posturas diante da evidência e, na prática, um exercício interessante seria pensar em como áreas diferentes da ciência, ou mesmo como grupos de pesquisa ou pesquisadores individuais dentro de um mesma área, se posicionam ao longo desses eixos. Em um certo sentido isso poderia explicar a grande heterogeneidade e as discussões entre as áreas do conhecimento, e talvez mesmo parte da discussão sobre o relativismo científico possa ser compreendida ao longo dessas continuidades (mas isso é outro tema, bastante complexo e polêmico aliás...).


De qualquer modo, acho que o arcabouço proposto por Lee McIntyre é interessante para nos ajudar a entender as diferenças entre pseudociência e negacionismo, permitindo talvez lidar melhor com esses diferentes ataques à Ciência. Alguns estudos, como por exemplo um publicado recentemente por Philipp Schmid e Cornelia Betsch na Nature Human Behavior, mostram que é sempre importante responder publicamente e tentar mostrar às pessoas os problemas dessas abordagens negacionistas, apesar das dificuldades. Mas para isso precisamos estar preparados e entender exatamente qual o ponto fraco de cada um desses ataques. Claro, me agradou muito a justa homenagem à figura de Carl Sagan, por seu papel tão importante na popularização da ciência e na luta contra o obscurantismo, a ignorância e todas as formas de opressão à liberdade de conhecimento.









PS: Ironicamente, encontrei recentemente a menção de que o Sr. Olavo de Carvalho, “guru intelectual” do Governo Bolsonaro, colocou em seu twitter há alguns poucos meses atrás (em 10/06/2019) o seguinte: “Carl Sagan e Neil D. Tyson NÃO SÃO fontes confiáveis em assuntos científicos”. Um colocação infeliz, como tantas outras...De fato, acho que o que está acontecendo hoje no Brasil realmente justifica o tom negativo e o pessimismo de Sagan em seu O Mundo Assombrado Pelos Demônios...

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5 Comments


Sidney Gouveia
Sidney Gouveia
Sep 24, 2019

Duvidar de tudo ou acreditar em tudo são soluções igualmente convenientes; ambas dispensam a necessidade de reflexão (Henri Poicaré)

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diniz
diniz
Sep 21, 2019

Oi Antônio! Obrigado pelo comentário e pelo link com o ensaio do Harari, excelente mesmo! Abs

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diniz
diniz
Sep 21, 2019

Oi Tadeu! Obrigado pelo comentário! Não sei bem se pseudociência se encaixa com a ideia de anti-intelectualismo. Acho que tanto a pseudociência quanto o negacionismo querem se "disfarçar" de ciência e usar de sua credibilidade, o que seria o oposto de uma visão assumidamente anti-intelectual! Abs.

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Antonio Olímpio de Souza
Antonio Olímpio de Souza
Sep 20, 2019

A ideia de "matriz Sagan" é de grande ajuda nas perguntas que tenho sobre como agimos diante das evidências. Recentemente li texto de opinião do Professor Yuval Harari (https://www.nytimes.com/2019/05/24/opinion/why-fiction-trumps-truth.html) que também foi questionador acerca do tema abordado aqui e das questões de poder. Muito obrigado!!

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Tadeu Alencar Arrais
Tadeu Alencar Arrais
Sep 18, 2019

Boa tarde Diniz. Tenho pensado bastante nesses temas. Leio agora o livro Terra inabitável, do David Wallace-Wells - um tapa na cara para quem não acredita em mudanças climáticas. Mas tenho uma dúvida. Voce acha que a chamada pseudociencia é uma derivação do anti-intelectualimo? Esse excluiria, além da ciência, qualquer outra tentativa de explicar o mundo, a exemplo da filosofia e da própria política. Por isso o anti-intelectualismo não seria compatível nem com a ciência nem com a democracia... abraço

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